terça-feira, 28 de outubro de 2014

Biologia Sintética






O que é a biologia sintética ?

A biologia sintética consiste na aplicação dos princípios de engenharia à 
biologia. Tal pode envolver o redesenho de um ser vivo de tal modo que 
produza qualquer coisa – por exemplo fabricar uma substância 
particular – que não seja produzida naturalmente. Ainda mais ambiciosas 
são as tentativas de produção de seres vivos completamente novos ou 
seja de criar vida a partir de materiais não vivos, em vez de redesenhar 
apenas seres vivos.
Alterar seres vivos – utilizando a tecnologia de DNA recombinante 
(“engenharia genética”) por exemplo – não constitui, em si, um novo 
desafio; a biologia sintética encontra assim sobreposição com outras 
áreas científicas estabelecidas. Mas o objectivo último da biologia 
sintética é maior: desenhar seres vivos que respondam a necessidades 
específicas e desejos do homem. A investigação em biologia sintética 
tem apenas dez anos. O primeiro departamento de Biologia sintética 
foi criado em 2003 numa grande instituição de investigação dos Estados 
Unidos da América – o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley. 
Os cientistas Americanos dominaram muita da investigação inicial 
nesta área mas existem na Europa , atualmente, grupos de 
investigação ativos.


O progresso tem sido rápido. A meta mais recente foi atingida no início 
de 2010 quando investigadores do grupo do investigador americano 
Craig Venter descreveu a transferência de um genoma sintético (um 
conjunto novo de informação genética) para uma célula receptora. 
Apesar de considerada como a primeira tentativa, com sucesso, de criar 
vida, isto não foi estritamente o caso. O DNA, contendo a informação 
genética, usado por Venter e colaboradores, derivava de facto de 
material não vivo mas a célula no qual foi introduzido era, de facto, a 
membrana de uma bactéria chamada Mycoplasma mycoides, da qual o 
conteúdo celular tinha sido removido. O que os investigadores fi zeram 
foi o equivalente a colocar um novo motor num carro em vez de construir 
um carro completamente novo do zero. Dito isto, este trabalho constitui 

uma importante demonstração da exequibilidade da biologia sintética.

Porquê fazer biologia sintética?

Para alguns cientistas, esta tecnologia é, por si só, uma fi nalidade: uma 
nova maneira de estudar os seres vivos e descobrir como eles funcionam. 
Dado que os sistemas sintéticos podem ser muito mais simples do que os 
seus congéneres naturais, eles permitem que os investigadores realizem 
experiências que, de outro modo, seriam difíceis de realizar e talvez 
impossíveis de interpretar.
Para uma comunidade mais alargada, a importância da biologia sintética 
reside no seu potencial social e comercial. Estima-se que o mercado 
global da biologia sintética atinja 2,4 biliões de $US em 2013, com 
aplicações que vão desde a medicina à agricultura.
Como possíveis aplicações da biologia sintética contam-se:
● Energia

Microrganismos desenhados especificamente para produzir 
hidrogênio e outros combustíveis ou capazes de fazer fotossíntese 
artificial

● Medicina

A produção de medicamentos, vacinas e agentes de diagnóstico e a 
produção de novos tecidos


O que se espera da Biologia Sintética?

Uma avaliação recente da percepção pública sobre a Biologia Sintética, 
levada a cabo pela Academia Real de Engenharia do Reino Unido, 
revelou uma fraca sensibilização para este assunto. Porém, quando 
informado sobre a biologia sintética, o público mostrou grande interesse 
pela perspectiva de vir a ser possível desenhar micro-organismos a 
utilizar para produzir bio-combustíveis e fármacos. Dito isto, 
manifestaram também preocupação, por exemplo, sobre o lançamento 
deliberado na natureza de organismos artifi ciais com vista a combater 
a poluição ambiental.
Mas, ao mesmo tempo que requerem uma regulamentação da 
biologia sintética por parte do governo, alertam também para que uma 

regulamentação imposta possa impedir o seu desenvolvimento.

Conclusão:

Não há razões teóricas que impeçam os organismos vivos de poderem evoluir para a imortalidade. Atenção, não confundir esta imortalidade biológica com a invulnerabilidade a outros tipos de imortalidade: estes imortais podem morrer em acidentes, guerras ou com doenças infecciosas, tais como os deuses gregos Esculápio e Pã.
Há um exemplo fascinante de imortalidade num ser vivo multicelular. É o caso da pequena medusa Turritopsis dohrnii, descoberta no Mediterrâneo e presente também no litoral do Japão, que na forma adulta e sob acção de stresses ambientais, pode inverter o processo de envelhecimento e retornar à forma de pólipo, evitando assim a morte. Apesar do seu ciclo de vida imortal, a Turriptosis pode desaparecer na boca dum peixe ou sucumbir com uma doença. A vida surpreende sempre!

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