O que é a biologia sintética ?
A biologia sintética consiste na aplicação dos princípios de engenharia à
biologia. Tal pode envolver o redesenho de um ser vivo de tal modo que
produza qualquer coisa – por exemplo fabricar uma substância
particular – que não seja produzida naturalmente. Ainda mais ambiciosas
são as tentativas de produção de seres vivos completamente novos ou
seja de criar vida a partir de materiais não vivos, em vez de redesenhar
apenas seres vivos.
Alterar seres vivos – utilizando a tecnologia de DNA recombinante
(“engenharia genética”) por exemplo – não constitui, em si, um novo
desafio; a biologia sintética encontra assim sobreposição com outras
áreas científicas estabelecidas. Mas o objectivo último da biologia
sintética é maior: desenhar seres vivos que respondam a necessidades
específicas e desejos do homem. A investigação em biologia sintética
tem apenas dez anos. O primeiro departamento de Biologia sintética
foi criado em 2003 numa grande instituição de investigação dos Estados
Unidos da América – o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley.
Os cientistas Americanos dominaram muita da investigação inicial
nesta área mas existem na Europa , atualmente, grupos de
investigação ativos.
O progresso tem sido rápido. A meta mais recente foi atingida no início
de 2010 quando investigadores do grupo do investigador americano
Craig Venter descreveu a transferência de um genoma sintético (um
conjunto novo de informação genética) para uma célula receptora.
Apesar de considerada como a primeira tentativa, com sucesso, de criar
vida, isto não foi estritamente o caso. O DNA, contendo a informação
genética, usado por Venter e colaboradores, derivava de facto de
material não vivo mas a célula no qual foi introduzido era, de facto, a
membrana de uma bactéria chamada Mycoplasma mycoides, da qual o
conteúdo celular tinha sido removido. O que os investigadores fi zeram
foi o equivalente a colocar um novo motor num carro em vez de construir
um carro completamente novo do zero. Dito isto, este trabalho constitui
uma importante demonstração da exequibilidade da biologia sintética.
Porquê fazer biologia sintética?
Para alguns cientistas, esta tecnologia é, por si só, uma fi nalidade: uma
nova maneira de estudar os seres vivos e descobrir como eles funcionam.
Dado que os sistemas sintéticos podem ser muito mais simples do que os
seus congéneres naturais, eles permitem que os investigadores realizem
experiências que, de outro modo, seriam difíceis de realizar e talvez
impossíveis de interpretar.
Para uma comunidade mais alargada, a importância da biologia sintética
reside no seu potencial social e comercial. Estima-se que o mercado
global da biologia sintética atinja 2,4 biliões de $US em 2013, com
aplicações que vão desde a medicina à agricultura.
Como possíveis aplicações da biologia sintética contam-se:
● Energia
Microrganismos desenhados especificamente para produzir
hidrogênio e outros combustíveis ou capazes de fazer fotossíntese
artificial
● Medicina
A produção de medicamentos, vacinas e agentes de diagnóstico e a
produção de novos tecidos
O que se espera da Biologia Sintética?
Uma avaliação recente da percepção pública sobre a Biologia Sintética,
levada a cabo pela Academia Real de Engenharia do Reino Unido,
revelou uma fraca sensibilização para este assunto. Porém, quando
informado sobre a biologia sintética, o público mostrou grande interesse
pela perspectiva de vir a ser possível desenhar micro-organismos a
utilizar para produzir bio-combustíveis e fármacos. Dito isto,
manifestaram também preocupação, por exemplo, sobre o lançamento
deliberado na natureza de organismos artifi ciais com vista a combater
a poluição ambiental.
Mas, ao mesmo tempo que requerem uma regulamentação da
biologia sintética por parte do governo, alertam também para que uma
regulamentação imposta possa impedir o seu desenvolvimento.
Conclusão:
Não há razões teóricas que impeçam os organismos vivos de poderem evoluir para a imortalidade. Atenção, não confundir esta imortalidade biológica com a invulnerabilidade a outros tipos de imortalidade: estes imortais podem morrer em acidentes, guerras ou com doenças infecciosas, tais como os deuses gregos Esculápio e Pã.
Há um exemplo fascinante de imortalidade num ser vivo multicelular. É o caso da pequena medusa Turritopsis dohrnii, descoberta no Mediterrâneo e presente também no litoral do Japão, que na forma adulta e sob acção de stresses ambientais, pode inverter o processo de envelhecimento e retornar à forma de pólipo, evitando assim a morte. Apesar do seu ciclo de vida imortal, a Turriptosis pode desaparecer na boca dum peixe ou sucumbir com uma doença. A vida surpreende sempre!
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